quarta-feira, 16 de abril de 2008

Universidade desenvolve teste para diagnosticar dengue em 3 minutos


Velocidade do exame pode salvar vidas.
Análise deverá custar cinqüenta centavos.
Um novo tipo de exame, capaz de diagnosticar a dengue em poucos minutos, foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco. Essa rapidez é fundamental para salvar vidas.
As pesquisas começaram há dois anos no Departamento de Física da Universidade Federal de Pernambuco. O material usado é uma nanopartícula fluorescente, um líquido que adicionado a uma amostra do DNA extraído do sangue do paciente vai apontar a existência ou não do vírus.
A grande vantagem desse teste é a rapidez no diagnóstico. Enquanto os testes tradicionais levam alguns dias para saber se o paciente está ou não com dengue, com ele o resultado sai em três minutos.
O professor Celso Melo, coordenador da pesquisa, já patenteou o novo método de diagnóstico, que pode servir não só para a dengue, mas também para identificar o DNA de qualquer vírus ou bactéria.
O teste pode custar em torno de cinqüenta centavos. O investimento maior seria na compra de um microscópio apropriado.
“Esse teste poderia dizer se o paciente está infectado e o subtipo da dengue que ele estaria contaminado”, explica o professor.
O exame precisa da aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Para a infectologista do Hospital das Clínicas de Pernambuco, Vera Magalhães, diagnosticar a dengue de forma mais rápida pode significar um grande avanço no combate à doença.
“Na área pediátrica a dengue pode ser confundida com outras viroses, então é importante diagnosticar a dengue logo no início do quadro”, explica.
www.globo.com.br

terça-feira, 15 de abril de 2008

Heparina da Baxter retirada nos Estados Unidos não foi comercializada no Brasil


O MEDICAMENTO FOI RETIRADO POR ESTAR RELACIONADO A REAÇÕES ALÉRGICAS

A Baxter Healthcare Corporation anunciou, em 11 de fevereiro, a suspensão temporária da fabricação de frascos multi-doses do medicamento anticoagulante, heparina injetável, devido a notificações de reações alérgicas graves e hipotensão em pacientes que receberam altas doses do medicamento in bolus nos Estados Unidos, não envolvendo o Brasil.
A heparina sódica é derivada de intestinos de suínos e é comercializada nos Estados Unidos desde os anos 30. Milhões de pacientes são beneficiados a cada ano pela administração endovenosa deste medicamento, com o fim de evitar coágulos sanguíneos com risco de vida, nas veias, artérias e pulmões.
As reações graves notificadas nos Estados Unidos incluíram: dificuldade respiratória, náusea, vômito, suor excessivo, e diminuição rápida da pressão sanguínea podendo levar a choque com risco de vida. Quatro pessoas morreram após receber a heparina, apesar de a relação com o medicamento não estar clara.
O FDA concordou com a decisão da Baxter de interromper a fabricação de frascos multi-doses da heparina, e conduz uma investigação rigorosa para determinar a causa destas reações adversas graves associadas com o uso da heparina produzida pela Baxter.
No Brasil, a Anvisa foi notificada pela Baxter de que os lotes envolvidos nos casos americanos não foram distribuídos ou comercializados no país. As ações de recolhimento do medicamento foram restritas aos Estados Unidos e a Porto Rico.
Sendo assim, os pacientes ou profissionais de saúde que utilizam o medicamento não devem se preocupar com a segurança do mesmo, e seu uso pode ser continuado sem problemas.
A heparina é normalmente utilizada antes de algumas cirurgias, incluindo cirurgia de ponte da artéria coronariana, e em pacientes com comprometimento renal antes de se submeterem à diálise. Em algumas situações, o tratamento com a heparina é iniciado com altas doses in bolus, administradas diretamente na corrente sanguínea, por um curto período de tempo, normalmente menos de uma hora. As reações adversas notificadas ocorreram em pacientes que receberam a heparina com este tipo de administração. Existem muitos outros usos da heparina que envolvem doses menores, ou uma administração por um longo período de tempo, os eventos adversos não foram observados nestes casos.
No FDA foram recebidas, desde o final do ano passado, notificações de cerca de 350 eventos adversos associados com o uso desse produto, sendo que em 2007 houve menos de 100 notificações. A maioria dos eventos ocorreu em centros de hemodiálise e quase todos os pacientes receberam a dose in bolus.
No Brasil, o banco de dados da Gerência de Farmacovigilância acumulou um total 40 de notificações suspeita de reações adversas relacionadas com o uso de heparina, no período de 2000 a 2008, nenhuma delas era referente à heparina produzida pela Baxter. As notificações acumuladas pela Gerência de Farmacovigilância não sugeriram um sinal que demandasse uma ação sanitária.
Na busca pela promoção do uso correto e seguro dos medicamentos, a Gerência de Farmacovigilância divulga essa informação e solicita aos profissionais de saúde que notifiquem a suspeita de reações adversas similares a estas (e todas as suspeitas de reações adversas graves a qualquer medicamento ou aquelas que não estejam descritas na bula) por meio do sistema Notivisa.

Chega ao Brasil medicamento que auxilia na redução da gordura intrabdominal


Pesquisadores alertam para a necessidade da indicação correta do remédio.
Seleção dos pacientes é a chave para evitar problemasQuase um ano após a aprovação dada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), começa a comercialização do rimonabanto no Brasil. O medicamento, que traz o nome comercial de Acomplia, já está em uso nos países da União Européia desde 2006.
O rimonabanto é o primeiro medicamento desenvolvido para atuar no sistema endocanabinóide, ligado ao balanço energético e ao acúmulo de gordura no corpo humano. No inicio dos anos 1960, cientistas descobriram um sistema de regulação orgânica que é capaz de interferir na quantidade de energia que é ingerida e gasta pelo corpo, agindo sobre o metabolismo da glicose das gorduras.
Os receptores desse sistema estão localizados no cérebro, tecido adiposo, fígado, músculos e tubo digestivo. O mecansimo de atuação dos receptores do sistema endocanabinóide é capaz de modular a entrada de glicose nas células, a produção de gordura no fígado e a sensação de saciedade no tubo digestivo.

Sinalizadores

A descoberta dos receptores nas células permitiu a identificação das substâncias químicas que sinalizam como deve funcionar o sistema. Elas são chamadas de agonistas para os receptores CB1 e CB2.
A partir daí, os cientistas começaram a imaginar que uma outra substância poderia bloquear a ação dos agonistas e, assim fazendo, modificaria o padrão de saciedade, diminuindo a ingestão de comida. Ela também atuaria sobre o metabolismo da glicose, ajudando o controle dos níveis de açúcar no sangue, cruciais para os diabéticos. E, além desses fatores, poderia melhorar o perfil de gorduras no sangue das pessoas.
O rimonabanto foi descoberto somente em 1994, e começaram o estudos para avaliar a segurança e eficácia de sua utilização. O objetivo foi comprovar se o bloqueio dos receptores do sistema endocanabinóide poderia melhorar os fatores de risco para doença cardiovascular e diabetes a partir de um melhor metabolismo do açúcar e equilibrando o balanço energético.
Estudos clínicos
Foram realizados até agora mais de 50 estudos clínicos, que envolveram mais de 16 mil pacientes. Os resultados do ponto de vista metabólico têm sido animadores. Os pacientes perdem peso, diminuem a circunferência abdominal e melhoram seu perfil de gorduras no sangue.
Esses estudos permitiram sua liberação na Europa, no Brasil e em outros países do mundo. Segundo a empresa fabricante, mais de meio milhão de pacientes já fez uso do remédio. O Brasil participou de vários desses estudos e de outros que estão em andamento, coordenados através de centros de pesquisa universitários.
Por ser um medicamento que também atua no cérebro, durante os estudos clínicos vários efeitos adversos psiquícos foram descritos, especialmente ansiedade e depressão, que cessavam após a parada do uso do medicamento. Além desses efeitos indesejáveis ocorreram naúseas e tonteiras.
Daí a preocupação dos pesquidadores brasileiros que participaram dos estudos em alertar a todos que o medicamento têm um público alvo e somente para esse público alvo o padrão de segurança se mostrou aceitável nas pesquisas. E quem são esses indivíduos?

Obesos

São pacientes que estão com índice de massa corporal igual ou maior a 30 ou pacientes que têm índice de massa corporal acima de 27, porém também apresentam fatores de risco como diabetes tipo 2 ou alterações dos niveis de gordura no sangue. O medicamento é contra-indicado para pacientes que estejam em depressão ou em tratamento com antidepressivos. Além deles, pessoas com histórico de doenças psiquiátricas devem evitar usar o remédio.
A comercialização do medicamento deverá seguir as normas da Anvisa e sua venda será controlada pelas autoridades através da utilização de receituário específico pelo médico. Outro alerta foi o de que não existe a possibilidade de que o remédio original seja vendido através de farmácias de manipulação. O custo estimado pelo fabricante deverá ficar em R$ 225 por uma caixa que serve para 28 dias de tratamento.
Diante da epidemia de obesidade e doença cardiovascular enfrentada pelo mundo ocidental, esse medicamento pode ser uma ferramenta importante para ajudar no controle dos fatores de risco, desde que aplicado aos pacientes com critério e somente nas indicações precisas. Não corra riscos, nunca utlize medicação sem orientação médica.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Cafeína pode reduzir risco de Alzheimer, diz estudo


Pesquisa sugere que cafeína protege o cérebro contra substâncias químicas danosas
cafeína pode proteger o cérebro contra os danos causados por dietas ricas em colesterol e prevenir doenças como o mal de Alzheimer, sugere um estudo publicado nesta quinta-feira na revista científica Journal of Neuroinflammation.
Segundo a pesquisa, a cafeína reforça a barreira sangüínea do cérebro - estrutura que protege o sistema nervoso central contra substâncias químicas presentes no sangue. Estudos anteriores haviam mostrado que um nível alto de colesterol no sangue prejudica o isolamento da barreira, o que, segundo especialistas em Alzheimer, tornaria o cérebro mais vulnerável a danos que podem causar ou estimular a doença.
A equipe de pesquisadores da Universidade de Dakota do Norte, nos Estados Unidos, alimentou coelhos com uma dieta rica em colesterol e dividiu os animais em dois grupos - um recebeu o equivalente a uma xícara de café diária e o outro não recebeu nenhuma dose de cafeína.
Depois de 12 semanas, os pesquisadores realizaram vários exames nos coelhos e identificaram que a barreira sangüínea daqueles que haviam ingerido cafeína tinha sido menos danificada pelo nível de colesterol do que a dos outros animais.

Alzheimer

Segundo Jonathan Geiger, que liderou o estudo, os resultados ajudariam a explicar porque o colesterol é um fator de risco para o mal de Alzheimer e como a cafeína pode ser usada no tratamento.
"A cafeína parece bloquear os efeitos danosos do colesterol que prejudicam o isolamento da barreira sangüínea", disse. "É uma droga segura e disponível e sua habilidade de estabilizar a barreira sangüínea no cérebro significa que a substância pode ter um papel importante no tratamento de problemas neurológicos", concluiu o pesquisador.
De acordo com a chefe de pesquisa da organização britânica Alzheimer Disease Society, Susanne Sorensen, o estudo traz informações importantes sobre os benefícios da cafeína na prevenção da doença.
"Esta é a melhor prova de que uma quantidade de cafeína equivalente a uma xícara de café por dia pode proteger o cérebro contra o colesterol", afirmou Sorensen.
Apesar disso, ela afirma que mais pesquisas são necessárias para avaliar se o impacto da ingestão de cafeína também pode ser observado em humanos.

Cientistas desenvolvem 'pílula contra o ronco'


Remédio está sendo testado para tratar a apnéia do sono, doença que leva ao ronco.

Cientistas americanos podem estar perto de desenvolver uma pílula contra a apnéia do sono, uma doença que causa o ronco.
A apnéia do sono é caracterizada por uma parada da respiração de dez segundos ou mais durante o sono que compromete a oxigenação do organismo. Isso pode acontecer cinco vezes ou mais a cada hora de sono.
O ronco é simplesmente a tradução sonora indicando que há uma diminuição ou estreitamento da via aérea durante a passagem do ar.
A pílula, conhecida ainda pelo código BGC20-0166, é uma combinação de dois remédios já existentes e age ao afetar áreas do cérebro associadas ao aumento de tonificação dos músculos e fluxo do ar nas vias respiratórias.
A BGC20-0166 está sendo desenvolvida pela empresa BTG, com sede na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos.
Os primeiros testes envolveram 39 pessoas que sofrem da apnéia do sono. Os participantes foram divididos em grupos. Cada grupo recebeu uma dose diferente do remédio - um placebo, um dos dois medicamentes que formam a nova pílula, uma ou duas doses da BGC20-0166 diariamente durante 28 dias.
Os cientistas então mediram a frequência e a severidade das pausas na respiração ocorridas durante o sono dos pacientes.
Os testes revelaram que uma alta dose da nova pílula reduziu os sintomas da apnéia do sono em 40%, e os pacientes não tiveram nenhum efeito colateral aparente. Três dos dez pacientes que estavam no grupo que recebeu uma alta dose do medicamento tiveram uma redução de 50% dos sintomas.

Testes

"Os testes demonstram que a nova pílula tem um potencial para reduzir ou normalizar os sintomas da apnéia do sono, mas mais testes ainda serão necessários", disse Thomas Roth, diretor do Centro de Pesquisa de Distúrbios do Sono do Hospital Henry Ford e conselheiro da BTG.
Atualmente, não existe um remédio que consiga, sozinho, reduzir os sintomas da doença e, consequentemente, levar a uma redução do ronco.
Normalmente, pacientes são aconselhados a usar uma máscara durante a noite para ajudar na respiração.
O ronco é apenas um dos sintomas da apnéia do sono. A doença também está associada a um maior risco de doenças cardiovasculares, incluindo hipertensão e infarto do miocárdio, irritabilidade e fadiga diurna excessiva, entre outros.

sábado, 12 de abril de 2008

Nova geração de remédios melhora vida de pacientes com Parkinson


Esta sexta-feira (11) é o Dia Mundial da Doença de Parkinson, uma enfermidade que segue tão misteriosa, sem causa ou cura conhecidas, desde que foi descoberta, há 191 anos, pelo médico James Parkinson. Apesar disso, uma nova classe de medicamentos está melhorando a vida dos pacientes que convivem com a doença -– controlando os sintomas por mais tempo e de forma mais efetiva.
O mal de Parkinson é uma doença que degenera os neurônios, a segunda mais comum desse tipo, depois do mal de Alzheimer. Ao destruir a produção de dopamina no cérebro, a enfermidade causa tremores, rigidez, dificuldade de movimento e, em casos mais graves, problemas no processamento cognitivo. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, 3% da população com mais de 65 anos possui a doença –- mais de quatro milhões em todo o mundo. Com o aumento da expectativa e das condições de vida em todo o mundo, acredita-se que esse número vá dobrar até 2040.
Até hoje, a causa do mal de Parkinson é desconhecida. Os médicos fazem o diagnóstico baseados nos sintomas e no histórico médico do paciente. Embora alguns exames, como o PET scan, possam ajudar, não há um exame específico capaz de detectar a doença. “Não existe um marcador do mal de Parkinson que os médicos possam olhar e dizer: esta pessoa tem a doença”, explicou ao G1, o neurologista Alexandre Machado, do Departamento dos Distúrbios do Movimento da Academia Brasileira de Neurologia.
Da mesma maneira, o tratamento é feito apenas em cima dos sintomas, porque os médicos não sabem como parar a degeneração de neurônios. Na verdade, a falta de um marcador específico da doença dificulta até mesmo saber se existe algum remédio que reverta a doença em si, e não apenas os sintomas. “Baseamos a avaliação do sucesso da medicação no controle dos sintomas, mas sem um marcador não sabemos se apenas os sintomas estão sendo melhorados ou se o remédio está agindo de fato nas causas, desconhecidas, da doença”, afirma Machado.
A medicação mais usada e mais eficaz contra o mal de Parkinson é a levodopa, utilizada desde os anos 1960. Mas uma nova classe de remédios que chegaram ao mercado nos últimos anos consegue potencializar o efeito da levodopa, explica o médico. “Esses tratamentos controlam melhor os sintomas, por mais tempo”, diz ele. Em casos específicos, é possível também fazer uma cirurgia, mas que, como os remédios, também apenas controla os sintomas da doença. Durante o procedimento, o cirurgião faz uma lesão em uma área do cérebro. Por motivos desconhecidos, a técnica reverte um pouco o quadro sintomático, mas não impede a progressão da degeneração

Especialistas alertam para crescimento de casos de mal Parkinson


Com o passar do tempo a população aumentou a sua espectativa de vida,assim se tornando uma população de idosos,mais com isso veio se desenvolvendo doenças que afetam mais essa faxa etaria.
O mal d Parkinson e hoje considerado uma dos grandes males da humanidade, sendo assim o que seria melhor, envelhercermos e sofremos de de doenças que veriam com o tempo ou morrer novos e perdermos uma grande possibilidade de fazer coisas inesqueciveis.
Eu particularmente acredito que envelhecer com saude e um pouco dificil por causa da vida sedentaria que levamos, mais se nos cuidarmos não vai precisar de nenhum especialista se preocupar da saude publica que hoje em dia e uma calamidade e que não suporta a quntidade de pessoas que a procuram seja para atender os casos de Parkinson ou não.

O governo se declarou....


Governo declara droga antiaids de interesse público para evitar patente
Tenofovir é um dos mais caros do coquetel; há 1 ano, decreto inédito permitiu comprade genérico do Efavirenz
Lígia Formenti e Fabiane Leite
O Ministério da Saúde declarou de interesse público o anti-retroviral Tenofovir, um dos mais caros e importantes medicamentos usados pelo Programa Nacional de DST-Aids. Com a medida, o governo quer apressar a análise de processo de patente do remédio, que há anos se arrasta no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI).
A expectativa é que o registro de patente seja negado por causa da decisão dos Estados Unidos - o que, na prática, abre espaço para o governo atuar em duas frentes: comprar genéricos de outros fabricantes e iniciar a produção nacional do medicamento. Produzido pela empresa Gilead, o Tenofovir hoje é usado por 30 mil pacientes no Brasil. O tratamento de cada um custa US$ 1.387 por ano. O remédio, sozinho, é responsável por 10% dos gastos com remédios do programa de aids.
No ano passado, também no mês de abril, o Brasil declarou de interesse público o Efavirenz, anti-retroviral fabricado pela Merck. Naquele caso, no entanto, a medida representava o passo inicial para a quebra de patente. Agora, o direito de propriedade não foi reconhecido formalmente e o processo é um pouco diferente. 'Mas, na prática, a intenção é a mesma', disse o diretor da Farmanguinhos, Eduardo Costa.
Embora a patente não tenha sido concedida, o Brasil age como tal. 'É praxe. Quando é feito o depósito de patente, o País passa a respeitar essa expectativa de direito. É assim até o processo ser analisado', afirmou o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Reinaldo Guimarães.

INOVAÇÃO EM DÚVIDA
Ao longo destes anos, no entanto, alguns problemas foram se acumulando. No meio científico, houve contestações sobre as inovações da molécula usada na fabricação do Tenofovir.
A Farmanguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz, argumentou que o medicamento não reunia os requisitos necessários para concessão da patente. 'A molécula já era conhecida, não houve inventividade. Portanto, não há condições necessárias para que a patente seja concedida', garantiu Eduardo Costa. Além disso, ao longo destes anos a Gilead concedeu a licença voluntária para produção do remédio na África e na Índia. 'Mas a empresa impôs uma cláusula, que impede esses fabricantes de vender o Tenofovir ao Brasil', disse Guimarães.

PRECEDENTE NOS EUA
Há cerca de um mês, uma decisão nos Estados Unidos derrubando a patente do medicamento - por ele não apresentar inovações - acabou reforçando os argumentos para apressar, no Brasil, a análise da patente. 'O INPI afirmou que somente poderia analisar o processo em caráter de urgência se o interesse público fosse decretado. Passada esta etapa, estou convicto de que em breve teremos uma decisão sobre o assunto', disse Guimarães. O secretário descartou a possibilidade de o INPI reconhecer os direitos da Gilead sobre o Tenofovir. 'Se o escritório tão rigoroso como o dos Estados Unidos reconheceu a falta de inventividade do produto, não vai ficar bem o INPI decidir o contrário.'
Guimarães disse que, com a recusa da patente para o Tenofovir, o Brasil ficará desobrigado de cumprir até o fim o contrato firmado com a empresa, que prevê entrega do remédio até maio de 2009. De acordo com ele, versões genéricas custam bem menos do que o produzido pela Gilead. O tratamento indiano custa US$ 170 por paciente ao ano.
O laboratório Gillead, que no Brasil tem como representante a United Medical, informou que só deverá se manifestar hoje sobre a decisão. No entanto, destacou em comunicado da matriz norte-americana que a decisão sobre as patentes nos EUA não foi definitiva e que a empresa está recorrendo. O laboratório destacou ainda já ter encaminhado provas de que o Tenofovir representou uma inovação. A Interfarma, entidade que representa a indústria farmacêutica de pesquisa no País, declarou que a medida do governo 'é um movimento legal' para acelerar análise de patente pelo INPI. A entidade, apesar de não ter a Gillead entre as associadas no Brasil, já tinha conseguido acesso ao decreto ministerial ontem por ser de interesse de todo o setor. 'Não tem nada a ver com licença compulsória', enfatizou Gabriel Tannus, presidente da Interfarma. Ele prevê que, como a patente não foi reconhecida nos EUA, também não deverá ser aqui. 'Fatalmente o medicamento deixará de ter patente.'
ONGs que lutam pelos direitos das pessoas que vivem com o HIV e o laboratório público Farmanguinhos, ligado à Fundação Oswaldo Cruz, lutam desde 2006 para que o País não conceda patente ao Tenofovir. Até ontem, no entanto, elas não tinham sido informadas sobre a decisão. 'Se for isto, é algo muito animador', disse Gabriela Chaves, do Grupo de Trabalho sobre Propriedade Intelectual da Rede Brasileira pela Integração dos Povos. Chaves diz que a legislação dá prioridade na avaliação, pelo INPI, de pedidos de patentes de produtos que, por ato do Executivo, sejam declarados de interesse público. Anteontem o INPI deu 90 dias à Gillead para apresentar explicação sobre o pedido de patente.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

novas regras

Regras para anorexígenos começam a valer

Entrou em vigor nesta quinta-feira (03) a RDC 58, que estabelece critérios ainda mais rígidos para a prescrição e comercialização de anorexígenos (moderadores de apetite). A principal mudança é um novo tipo de receita médica, criado especificamente para estes medicamentos. A prescrição e a dispensação (entrega ao paciente) de medicamentos ou fórmulas que contenham substâncias psicotrópicas anorexígenas ficam sujeitas à notificação de receita do tipo “B2”. A receita, de cor azul, terá validade máxima de 30 dias.

Outras mudanças

Os medicamentos ou fórmulas com finalidade exclusiva de tratamento da obesidade deverão respeitar a dose máxima diária recomendada conforme a resolução. A dose de medicamentos à base de femproporex, por exemplo, não deverá ultrapassar os 50,0 mg/dia.
Ficam proibidos os medicamentos que contenham substâncias anorexígenas associadas entre si ou com ansiolíticos, antidepressivos, diuréticos, hormônios e laxantes.
O descumprimento das novas exigências fica sujeito às sanções da lei 6437/77. A lei estabelece penalidades que chegam até à interdição do estabelecimento e multas que variam entre R$ 2 mil e R$ 1,5 milhão. Ao farmacêutico responsável pelo estabelecimento também cabem as sanções do conselho profissional competente.

Informação: Ascom/Assessoria de Imprensa da Anvisa